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From: | Centro 4E3 |
Subject: | [Help-smalltalk] AS 5 PONTAS DA ESTRELA DO GESTOR MODERNO |
Date: | Wed, 6 Jul 2005 23:02:23 +0100 |
Dezembro de 2004
Caras Senhoras e Caros Senhores:
Gostaria de agradecer a atenção que dispensaram aos vários elementos informativos sobre os meus seminários da série Gestão Moderna que vos foram enviados durante o primeiro semestre do ano em curso.
Desejo-vos umas boas férias de verão.
Como um pequeno (pequeníssimo) contributo para as vossas leituras durante as férias, reproduzo em baixo o artigo As 5 Pontas da Estrela do Gestor Moderno. Trata-se de um pequeno artigo que escrevi para edição de Janeiro de 2005 da revista Exame.
Se quiserem interagir comigo sobre qualquer questão que o artigo vos sugira, por favor, disponham.
Cordialmente,
C4E
- Centro de Estratégia, Eficácia e Eficiência Empresarial
R. Prof. Simões Raposo, Nº 20, 8º
Drt., 1600-662 Lisboa
Telf.
21 71 562 84, Fax. 21 71 562 85, TM: 962465770
Entre os Orientais, a designação "Mago" era dada à classe dos sábios. Apesar de tão erudita condição, os Reis Magos precisaram de uma estrela orientadora. Da mesma forma, o gestor moderno, por mais sábio que seja, necessita de uma “estrela” que lhe dê a visão e que o guie no percurso em direcção a essa visão. A estrela do gestor moderno tem 5 pontas.
Ponta 1: Complexidade
“Cada
um pode escolher a cor do carro desde que escolha preto”, costumava dizer
Henry Ford o pai do lendário Modelo T. Mas hoje não vivemos num mundo a preto e
branco, onde peças de um sistema mecânico funcionam de forma controlada. Os
negócios de hoje são não lineares, não determinísticos, cheios de paradoxos e
trade-offs. Henry Ford dizia também, referindo-se aos trabalhadores:
“Porque diabo é que, sempre que preciso de dois braços, aparece-me uma cabeça
em cima”. Hoje há fundamentalmente “cabeças”. Por isso, mais do que mandar,
o gestor moderno influencia, desenha sistemas onde a interacção autónoma e
descentralizada de vários colaboradores faz emergir soluções avançadas.
Ponta 2: Valor
Os
clientes pagam preço e recebem valor. O resultado da actividade de uma empresa
só interessa na medida em que contribui para a satisfação de necessidades dos
seus clientes. Mais do que concretizar-se através de produtos e serviços, o
valor advém da experiência, o resultado integral – físico, intelectual,
emocional e relacional – de utilização de produtos e serviços. Não é a empresa
que cria todo o valor. O valor é co-criado através de uma rede de valor, que
inclui e está centrada nos clientes. A grande inovação nas empresas de hoje é a
inovação nas propostas de valor oferecidas aos clientes.
Ponta 3: Lucro
O lucro
não é o objectivo último das empresas. Mas é o que torna possível todos os
outros objectivos. O gestor moderno sabe encontrar respostas para a seguinte
pergunta básica: como é que nós conseguimos lucro? O valor
só gera lucro se os clientes quiserem pagar um prémio acima dos custos. O gestor
moderno sabe abandonar negócios que começam a entrar em zonas de não lucro e
mover-se para negócios onde emergem novas formas de valor e lucro, qual dança
harmoniosa que acompanha constantemente a evolução dos clientes e dos
mercados.
Ponta 4: Crescimento
O
crescimento é a única evidência da vida e a única prova do sucesso dos negócios.
Só com crescimento as empresas podem permanecer num permanente ciclo virtuoso:
mais crescimento atrai mais investimentos, atrai mais clientes, atrai mais
talentos; e tudo isto atrai mais crescimento. O gestor moderno domina as
disciplinas do crescimento. Sabe, para cada área de negócio, quais as
disciplinas de crescimento que podem ser as mais adequadas: reter a base de
clientes? ganhar quota de mercado? alterar o posicionamento no mercado? penetrar
em mercados adjacentes? entrar em novas linhas de negócio?
Ponta 5: Felicidade
Nas
empresas, para além da economia do dinheiro, existe uma economia da satisfação.
Os níveis de desempenho que as empresas exigem hoje só são possíveis com pessoas
que querem fazer do trabalho um espaço gratificante, pessoas que todos os dias
usam os seus talentos e as suas virtudes. O gestor moderno é um arquitecto de
empresas felizes, empresas onde os clientes prosperam com base nas virtudes de
quem os serve, que, por essa via, prospera também.
O Núcleo da Estrela: Carácter
No centro da estrela do gestor moderno, qual núcleo donde imana todo o brilho, reside o carácter. Nenhum homem vai para além dos limites do seu carácter. Os bons gestores modernos são, acima de tudo, boas pessoas. Não se fazem bons negócios com más pessoas.
Amândio Vaz Velho é licenciado pela Universidade Agostinho Neto e Doutorado pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Após o doutoramento tem continuado a cuidar da sua formação e voltou à universidade para frequentar, entre outros, os seguintes cursos: Developing Strategy for Value Creation, London Business School, Reino Unido; Managing Complex Organizations In a Complex World, New England Complex Systems Institute, Estados Unidos da América; Managing Information Technology for Business Value, Massachusetts Institute of Technology, Estados Unidos da América; Implementing Information Systems Strategies, Cranfield School of Management, Reino Unido. Preside ao C4E (Centro de Estratégia, Eficácia e Eficiência Empresarial). É docente e Chefe de Departamento no Instituto Superior de Gestão. Leccionou no mestrado em gestão (MBA) da Universidade Católica Portuguesa e em cursos de pós graduação no Instituto Superior Técnico de Lisboa, no Instituto Superior de Economia e Gestão e na Universidade do Minho. Prestou assessoria para destacadas empresas e organismos públicos. Ultimamente tem-se dedicado ao enriquecimento da gestão com correntes científicas modernas, como teorias da complexidade e das redes, gestão de pessoas com base no desenvolvimento de talentos. Tem ministrado seminários para largas centenas de executivos e gestores. Quer os conteúdos, quer a comunicação, têm sido extremamente apreciados. O Prof. Vaz Velho é um dos autores do livro Mestres Portugueses da Gestão (Centro Atlântico, Fevereiro 2004). O livro reúne 16 autores, escolhidos de entre os mais relevantes especialistas Portugueses de gestão. É igualmente autor do livro Arquitectura de Empresa (Centro Atlântico, Setembro de 2004).
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